Esse post pode parecer estranho, ainda mais vindo de um usuário Linux convicto, mas a verdade é que eu acho que a Microsoft tem toda razão em aplicar e requerer o uso do WGA (Windows Genuine Advantage). Os usuários e, em especial os brasileiros, tem uma grande desconsideração pelo trabalho envolvido no desenvolvimento de software. Seria ingenuidade acreditar que o WGA por si só possa diminuir consideravelmente a pirataria em torno de seus produtos. Do ponto de vista técnico, para os crackers, o WGA é apenas uma barreira a mais para ser crackeada e não impede que um cracker habilidoso gere um patch para contornar a verificação (como já pode ter sido feito).

O problema do WGA em si não é a sua aplicabilidade, nem o desconforto que ele traz para o usuário *legal* (como eu). O problema é que ele não atinge o âmago da questão: o desrespeito do usuário final à licença de software adotada pelo produtor. O WGA, como a imensa maioria das proteções anti-pirataria, falha em educar o usuário que ao piratear software ele está desrespeitando a todos, inclusive a si próprio.

Por fim, como desenvolvedor de software livre o que me preocupa não é o fato de a Microsoft forçar aplicação do WGA para todos os usuários de seus produtos, algo que, como já disse acima, acho perfeitamente compreensível. O que me preocupa é que se os usuários não vêem motivos para respeitar as licenças da Microsoft, que razões eles veriam para respeitar os softwares distribuídos sobre licenças livres? Isto já aconteceu diversas vezes.

Deixe um comentário